sexta-feira, 19 de junho de 2015

Minoridade esportiva


Da redação

 O trâmite da PEC-171 no Congresso Nacional,  projeto considerado por alguns como “estelionato social” e que reduz a maioridade penal,  também pode ser refletido no esporte. Há muitos e muitos anos, nos esportes e, especialmente o futebol, cada vez mais adolescentes são submetidos a contratos com grandes clubes do Brasil e do exterior.
A prática imputa um compromisso adiantado desses jovens em formação e, embora possam garantir um futuro esportivo para cada garoto, aceleram um amadurecimento , o início de cobranças e um conjunto de decisões a serem tomadas.
Portanto, se houver uma reflexão sobre minoridade esportiva, esta já se encontra na prática mesmo que os pais e responsáveis pelos atletas assumam o compromisso por eles. Logo, questiona-se sobre quais impactos estes fatos tem na vida psicossocial de cada jovem.
Claro que este assunto se encontra na linha tênue entre o particular e as influências generalizadas na “rapaziada”. É enganoso não reconhecer que cada um deles, conforme sua realidade social, personalidade e histórico de vida vai reagir de maneiras distintas.
No entanto, a provocação deve ser feita no sentido de levantar o debate sobre como o mundo da gestão de talentos esportivos tem envolvido adolescentes e as consequências deste padrão de comportamento milionário de negócios para eles. A quem realmente beneficia? Quais os limites dessa minoridade esportiva? Qual tem sido seu impacto sobre o futuro desses jovens? São questionamentos iniciais, que se desmembrados, podem revelar constatações que irão surpreender o mundo do esporte.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

OOO... OOO Vexame voltou... O Vexame voltouuuu!!!

Da redação


Já vimos o roteiro em algum lugar. Talvez em certa Copa do Mundo. A verdade é que a história se repete e a torcida brasileira pode se preparar para uma nova eliminação. O algoz da vez, a Colômbia. Com bravos guerreiros, consegue desequilibrar os jogadores da seleção, derrubam o favoritismo do Brasil e acabam com a invencibilidade da nova era Dunga. 

Aos 35 minutos da etapa primeira, paro de ver o jogo. Não porque a partida estava ruim ou ainda devido a algo melhor para fazer. Antes fosse. Vou colocar a culpa no Murillo. Na verdade, quem coloca é a equipe canarinha. Após cobrança de falta por Cuadrado, a bola, que é redonda, sobra para o central que marca o único gol do jogo.

Naquele exato momento, vejo que disputa terminava com aquele 1xO. Era o fim. A Colômbia que, desesperadamente, precisava de uma vitória para se manter viva na Copa América, havia conquistado, merecidamente, o objetivo. Já o Brasil, se vencesse, estaria classificado como líder do grupo C. Agora, vive a mesma situação do adversário de quarta e, no domingo, parte pelo tudo ou nada contra a Venezuela. Quem perder está fora!

Até parece que a história começa a se repetir. Aquela da Alemanha, do 7x1, da Copa do Mundo. E ainda tem o fator Neymar, que parece ter tremido diante da Colômbia. Talvez pela lembrança de ter abandonado a Copa do Mundo do Brasil após uma fratura contra o mesmo país. Mas, de qualquer forma, demonstra que, por mais talento que tenha, não controla o impulso e cai, não nos gramados, mas nas artimanhas do rival, recebe cartão amarelo e depois o vermelho. Por isso, pela segunda vez consecutiva, deixa a equipe nas mãos em partidas decisivas numa competição oficial. 

Para o próximo jogo, espera-se que pelo menos o placar seja mais modesto ou, ao menos, menos humilhante. Queiram os Deuses do esporte e do futebol que eu esteja errado. Queiram eles que o resultado seja diferente e a seleção saia classificada. De modo contrário, era melhor ter ido ver o filme do Pelé.

 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Balde de água fria nas Olimpíadas

Da redação

O Brasil está a menos de 365 dias dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no entanto, é possível notar os impactos da crise de água potável em todos os cantos do país. Em território fluminense não é diferente.

A população da região metropolitana da capital e de 66 cidades do Rio começam a ver o seu principal recurso hídrico, o rio Paraíba do Sul, a sofrer com chuvas abaixo das médias. Enquanto isso o Paraibuna, maior reservatório estadual, atinge o volume morto.

Em linhas gerais, a cidade carioca irá receber esportistas, jornalistas e turistas do mundo inteiro durante os quinze dias das Olimpíadas. Acrescenta-se a esse cálculo os nove milhões de habitantes da região.

Já passa da hora, talvez seja tarde, dos governos locais e o Comitê Rio-2016 preparem políticas eficazes para que uma prenunciada tragédia hídrica não venha a ocorrer. Decretar feriado durante os jogos, para que as pessoas saiam do Rio de Janeiro (portanto se supõe que os cariocas vão deixar a sede olímpica, uma cidade praieira, em plena "muvuca") não é medida suficiente para garantir o abastecimento de água durante os jogos.

Tão pouco basta fazer campanhas públicas de economia da água se não chover o suficiente nos próximos meses e não houver correção da governança política, no caso emergencial, quanto ao tema. De qualquer maneira, a preocupação dos gestores da Rio-2016 se dá para que a cidade e o país não passe vergonha no período.

No entanto, vergonha maior é ver as águas potáveis do Brasil, uma das maiores nações com esse recurso hídrico no mundo, serem aniquiladas por legislações controversas, políticas públicas incoerentes e ineficazes. Enfim, que a pior crise dos últimos cem anos logo passe e que, no final das contas, tudo seja resumido a águas passadas.


terça-feira, 16 de junho de 2015

Mudam-se regras, mas os resultados...

Da redação

É fato incontestável que a Fórmula 1 vive uma crise esportiva há anos. Pode não admitir, mas ao longo da última década e meia vem trabalhando na tentativa de oferecer mais emoção ao público da principal categoria do esporte a motor do mundo.

Desde a era Michael Schumacher na Ferrari, os fãs do automobilismo se acostumam a ver uma equipe e o piloto principal a dominarem temporadas seguidas de ponta a ponta, conquistarem poles e vitórias incontáveis em corridas consecutivas. Foi assim com Fernando Alonso, por dois anos na Renault, Sebastian Vettel, quatro vezes seguidas na RBR, e agora é a vez de Lewis Hamilton caminhar para o segundo título com a Mercedes.

A tentativa da FOM, comandada pelo poderoso chefão Bernie Ecclestone, em mudar regras de uso de pneus, combustíveis, reaproveitamento de energia, entre outros nos últimos anos aumenta de fato a disputa por posições durante as provas. No entanto, é incontestável que o domínio das grandes equipes, as mesmas que recebem a grande parte dos recursos e patrocínios devido ao desempenho nas pistas, permanece a mesma. A única coisa que se modifica, de tempos em tempos, é o nome da equipe e o nome do piloto. 

O pódio sempre é o mesmo e aumenta ainda mais a saudade das áureas épocas em que a Fórmula 1 podia contar com reais talentos, que faziam da tecnologia do carro um apoio para demonstrar sua competência. O público aplaude a competência de Schumacher, Vettel, Alonso, Hamilton e companhia. Mas, acima de tudo, sente a falta de grandes talentos como o brasileiro Ayrton Senna.

Ironicamente, o esporte que mais traz tecnologia automobilística para os carros de passeio, é o que mais sofre com as próprias tecnologias que desenvolve. A audiência definha ano a ano, tanto na telinha quanto nos autódromos, o esporte morre pouco a pouco e nenhuma ação publicitária ou de marketing será suficiente para salvar a categoria. 

Outro conflito ainda piora a situação da F1. O risco de melhorar a competitividade em detrimento da segurança. A modalidade é uma das poucas, se não a única, que ostenta o fato de há 21 anos não registrar acidentes fatais. O último foi com o ídolo brasileiro.

A verdade é crua e dura. Pode-se mudar as regras, mas enquanto os resultados permanecerem os mesmos, de nada irá adiantar. Só gênio, de fora das pistas, pode trazer algum sinal de esperança para a competição. Talvez o Chapolin pudesse ajudar, mas esse já se foi. 

 




segunda-feira, 15 de junho de 2015

O lado negro dos escândalos da FIFA

Da redação

A prisão de dirigentes da Fifa, semanas atrás, não é surpresa para os jornalistas e torcedores que acompanham mais de perto o dia a dia do futebol. Suspeitas de fraudes há anos rondam a Federação dona da bola, mas o que chama atenção, e entristece, é a existência de um núcleo de corrupção latinoamericano na entidade.

Ora, uma rápida análise da operação conjunta entra as polícias federais dos Estados Unidos e da Suíça, a qual carinhosamente denominamos "Gol de Placa", demonstra que a maior parte dos integrantes é de origem das Américas Central e do Sul. Destaca-se que todos são ou integraram altos cargos em confederações nacionais ou locais. Entre eles, a fatídica figura do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, mais conhecido como mão leve de medalhas de campeonatos juniores.

É possível fazer algumas reflexões sobre isso. A primeira é que esta região das Américas, além da corrupção institucionalizada na administração pública de vários países, exporta mal intencionados que utilizam dos mais variados recursos e instrumentos de poder para, ao cometer atos ilícitos de corrupção, fraudar e macular o esporte. 

O segundo questionamento se dá quanto a base de corrupção na Europa. Sem considerar possíveis, e às vezes pode-se dizer tão esperados nomes, indaga-se sobre o quadro de supostos corruptos europeus. Em outras palavras, imagina-se até onde o esquema ainda não foi desvendado, ao menos não divulgado, e quem mais estaria envolvido. 

Qual a real dimensão dos fatos? Se muitos baluartes da Fifa só caíram quando se realiza uma Copa América comemorativa de 100 anos nos EUA, justamente um dos países que detém maior controle sobre atos de corrupção no mundo - o mais sábio já esperaria que o tiro saísse pela culatra - , quanto deve estar impregnado nas confederações e federações locais. 

O buraco da FIFA é bem mais fundo. Só resta saber quem ficará de pé após o término das investigações. Aliás, é curiosidade geral saber como os processos judiciais serão concluídos. De qualquer maneira, a maior entidade do futebol internacional não pode permanecer do jeito que está. Precisa de mudanças emergenciais até porque o paciente já está na UTI e quase vê a luz. Aliás, uma pergunta que não quer calar. Será que outras instituições esportivas também não têm segredos a revelar?




domingo, 14 de junho de 2015

E a Copa América hein...


Da redação


Bola rolando no Chile para a 44° edição da Copa América. São doze seleções (os dez países filiados a Conmebol, mais os convidados México e Jamaica) divididas em três grupos, encabeçadas por Chile (país sede), Argentina e Brasil. Todos jogam contra todos dentro do grupo, classificando se os dois melhores de cada chave, mais os dois terceiros colocados com maior pontuação. A partir daí, mata mata: quartas, semi e final, no dia 04/07, em Santiago.
A Argentina, vice campeã do mundo, vai ao Chile como principal candidata ao título. Comandada por Gerardo Martino, os Hermanos têm uma frente de respeito (Messi, Tévez, Aguero, Higuain, Di Maria), resta saber se a contestada defesa vai dar conta do recado e ajudar o ataque estrelado.

Num segundo escalão, vêm Brasil e Chile. Os chilenos já demonstraram no Mundial do ano passado (quando eliminaram a Espanha e quase nos complicaram, em pleno Mineirão) que podem fazer bonito. Jogando em casa e com, possivelmente, sua melhor geração na história, “Lo Roja”, como é conhecida entre eles, pode sonhar com sua primeira conquista de Copa América. Já Dunga e sua trupe, chegam ao país vizinho com 100% de aproveitamento pós Copa do Mundo. E é o que o Brasil pode oferecer no momento: um futebol competitivo, de resultado, sem grandes surpresas. 

James Rodríguez e Falcao Garcia são as estrelas da Colômbia, em busca do segundo título continental. Após fazer uma bela Copa do Mundo, os colombianos esperam subir mais um patamar e se posicionar novamente como uma potência sul-americana.

Fechando o grupo das cinco principais seleções, vêm os atuais campeões, os uruguaios. A Celeste chega enfraquecia a competição. Luís Suarez, que há menos de uma semana colocou uma Liga dos Campeões no currículo, não poderá jogar o torneio, por ainda estar cumprindo suspensão pela mordida em Chiellini, na Copa do ano passado. Sem o “craque vampiro”, o Uruguai deposita suas esperanças no artilheiro Edinson Cavani, craque do PSG.

Abaixo do G5, o Equador, que disputou três das últimas quatro Copas do mundo, espera fazer boa campanha e, quem sabe, superar o quarto lugar, conquistado em 1959 e 1993. Outra seleção tradicional, mas que vive péssima fase, é o Paraguai. Os paraguaios, que fizeram um excelente Mundial em 2010, chegaram à final na ultima Copa América (perdendo pro Uruguai, 3x0), mas caíram radicalmente com a saída do treinador Gerardo Martino, ficando na lanterna das Eliminatórias para 2014.

Peru, Bolívia, Venezuela, Jamaica e México, devem fazer figuração na competição. Os mexicanos, apesar de ter uma boa seleção, vêm à América do Sul com um time “B”, por priorizar a Copa Ouro, que será disputada em julho, nos EUA.
Façam suas apostas!

Um ano depois...


Da Redação



Há um ano a saga do hexa se iniciava mais uma vez. Dessa vez, jogando em casa uma Copa, após 64 anos, e com uma torcida empolgadíssima após a conquista da Copa das Confederações, em 2013, sobre a campeã do mundo e favorita, Espanha. Os 62.103 torcedores presentes na Arena Corinthians viram a Croácia abrir o placar, aos 10 minutos de jogo, com um gol contra do lateral Marcelo. Mal sabiam esses torcedores que seria um presságio do que viria pela frente na competição. Na estreia, o Brasil até conseguiu vencer, com ajuda de um pênalti, no mínimo, duvidoso assinalado a nosso favor, pelo japonês Yushi Nishimura.

Após os 3 a 1 da estreia, um empate por 0 a 0 frente ao México, em Fortaleza. Na partida seguinte, em Brasília, a melhor atuação brasileira no torneio: 5 a 1, diante da fraca seleção camaronesa. Nas oitavas, uma bola na trave no último minuto da prorrogação salvou o Brasil de não ser eliminado pelo Chile. Antes mesmo da classificação nos pênaltis, os jogadores, incluindo o capitão Thiago Silva, já estavam chorando, mostrando total despreparo psicológico.  Contra a Colômbia, nas quartas, um bom primeiro tempo culminou na vitória por 2 a 1 e voltou a dar esperanças à torcida canarinho. 

A Alemanha, favorita ao título, seria o adversário na semifinal. A derrota deveria ser encarada com normalidade, apesar da confiança dos brasileiros. Neymar (machucado) e Thiago Silva (suspenso) eram desfalques brasileiros para o jogo. Apesar de tudo, ninguém poderia imaginar, nem o mais confiante dos alemães, o que estava por vir: um fatídico (e vergonhoso) 7 a 1. A derrota para a Holanda, por 3 a 0, na decisão do terceiro lugar, só complementou o desastre. Fim do sonho e o hexa adiado por, pelo menos, mais quatro anos.

Um ano se passou de lá para cá e pouca coisa mudou. A reformulação geral esperada por todos no futebol brasileiro, não aconteceu. Felipão deixou o comando técnico, como deveria ser, e as especulações começaram. Tite, campeão de tudo no Corinthians, era a aposta certa. Muitos, me incluo, sonhavam com um treinador estrangeiro. Guardiola, que chegou a se oferecer a seleção em 2012, após a saída de Mano Menezes, poderia ser um nome. Mas a CBF preferiu dar um passo atrás e optou pela volta de Dunga, um escudo forte para proteger os chefões da Confederação.  Pouco antes de Dunga, Gilmar Rinaldi, outro campeão do mundo em 1994, já tinha assumido o cargo de coordenador de Seleções da CBF. 

A dupla Dunga/Gilmar mostrou poucas novidades durante esses onze meses à frente do Brasil. A ideia mais interessante foi fazer um cargo rotativo na comissão técnico, que está sendo ocupado por ex-jogadores que já passaram pela seleção. Nomes como Jairzinho e Mauro Silva já ocuparam a função. Dentro de campo, foram dez jogos, todos amistosos, e dez vitórias, incluindo triunfos diante da Argentina e França, em Paris. 

Dunga é um treinador de resultados, já demonstrou isso na sua primeira passagem e vem mostrando isso agora. Ele não vai renovar, muito menos reformular o futebol brasileiro. Mas podemos esperar um time competitivo, contra qualquer adversário. Cabe a nós julgar se é certo ou errado.