segunda-feira, 15 de junho de 2015

O lado negro dos escândalos da FIFA

Da redação

A prisão de dirigentes da Fifa, semanas atrás, não é surpresa para os jornalistas e torcedores que acompanham mais de perto o dia a dia do futebol. Suspeitas de fraudes há anos rondam a Federação dona da bola, mas o que chama atenção, e entristece, é a existência de um núcleo de corrupção latinoamericano na entidade.

Ora, uma rápida análise da operação conjunta entra as polícias federais dos Estados Unidos e da Suíça, a qual carinhosamente denominamos "Gol de Placa", demonstra que a maior parte dos integrantes é de origem das Américas Central e do Sul. Destaca-se que todos são ou integraram altos cargos em confederações nacionais ou locais. Entre eles, a fatídica figura do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, mais conhecido como mão leve de medalhas de campeonatos juniores.

É possível fazer algumas reflexões sobre isso. A primeira é que esta região das Américas, além da corrupção institucionalizada na administração pública de vários países, exporta mal intencionados que utilizam dos mais variados recursos e instrumentos de poder para, ao cometer atos ilícitos de corrupção, fraudar e macular o esporte. 

O segundo questionamento se dá quanto a base de corrupção na Europa. Sem considerar possíveis, e às vezes pode-se dizer tão esperados nomes, indaga-se sobre o quadro de supostos corruptos europeus. Em outras palavras, imagina-se até onde o esquema ainda não foi desvendado, ao menos não divulgado, e quem mais estaria envolvido. 

Qual a real dimensão dos fatos? Se muitos baluartes da Fifa só caíram quando se realiza uma Copa América comemorativa de 100 anos nos EUA, justamente um dos países que detém maior controle sobre atos de corrupção no mundo - o mais sábio já esperaria que o tiro saísse pela culatra - , quanto deve estar impregnado nas confederações e federações locais. 

O buraco da FIFA é bem mais fundo. Só resta saber quem ficará de pé após o término das investigações. Aliás, é curiosidade geral saber como os processos judiciais serão concluídos. De qualquer maneira, a maior entidade do futebol internacional não pode permanecer do jeito que está. Precisa de mudanças emergenciais até porque o paciente já está na UTI e quase vê a luz. Aliás, uma pergunta que não quer calar. Será que outras instituições esportivas também não têm segredos a revelar?




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