Da redação
O trâmite da PEC-171 no
Congresso Nacional, projeto considerado
por alguns como “estelionato social” e que reduz a maioridade penal, também pode ser refletido no esporte. Há
muitos e muitos anos, nos esportes e, especialmente o futebol, cada vez mais
adolescentes são submetidos a contratos com grandes clubes do Brasil e do
exterior.
A prática imputa um
compromisso adiantado desses jovens em formação e, embora possam garantir um
futuro esportivo para cada garoto, aceleram um amadurecimento , o início de
cobranças e um conjunto de decisões a serem tomadas.
Portanto, se houver uma
reflexão sobre minoridade esportiva, esta já se encontra na prática mesmo que
os pais e responsáveis pelos atletas assumam o compromisso por eles. Logo,
questiona-se sobre quais impactos estes fatos tem na vida psicossocial de cada jovem.
Claro que este assunto se
encontra na linha tênue entre o particular e as influências generalizadas na “rapaziada”.
É enganoso não reconhecer que cada um deles, conforme sua realidade social,
personalidade e histórico de vida vai reagir de maneiras distintas.
No entanto, a provocação
deve ser feita no sentido de levantar o debate sobre como o mundo da gestão de
talentos esportivos tem envolvido adolescentes e as consequências deste padrão
de comportamento milionário de negócios para eles. A quem realmente beneficia?
Quais os limites dessa minoridade esportiva? Qual tem sido seu impacto sobre o
futuro desses jovens? São questionamentos iniciais, que se desmembrados, podem
revelar constatações que irão surpreender o mundo do esporte.
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