terça-feira, 16 de junho de 2015

Mudam-se regras, mas os resultados...

Da redação

É fato incontestável que a Fórmula 1 vive uma crise esportiva há anos. Pode não admitir, mas ao longo da última década e meia vem trabalhando na tentativa de oferecer mais emoção ao público da principal categoria do esporte a motor do mundo.

Desde a era Michael Schumacher na Ferrari, os fãs do automobilismo se acostumam a ver uma equipe e o piloto principal a dominarem temporadas seguidas de ponta a ponta, conquistarem poles e vitórias incontáveis em corridas consecutivas. Foi assim com Fernando Alonso, por dois anos na Renault, Sebastian Vettel, quatro vezes seguidas na RBR, e agora é a vez de Lewis Hamilton caminhar para o segundo título com a Mercedes.

A tentativa da FOM, comandada pelo poderoso chefão Bernie Ecclestone, em mudar regras de uso de pneus, combustíveis, reaproveitamento de energia, entre outros nos últimos anos aumenta de fato a disputa por posições durante as provas. No entanto, é incontestável que o domínio das grandes equipes, as mesmas que recebem a grande parte dos recursos e patrocínios devido ao desempenho nas pistas, permanece a mesma. A única coisa que se modifica, de tempos em tempos, é o nome da equipe e o nome do piloto. 

O pódio sempre é o mesmo e aumenta ainda mais a saudade das áureas épocas em que a Fórmula 1 podia contar com reais talentos, que faziam da tecnologia do carro um apoio para demonstrar sua competência. O público aplaude a competência de Schumacher, Vettel, Alonso, Hamilton e companhia. Mas, acima de tudo, sente a falta de grandes talentos como o brasileiro Ayrton Senna.

Ironicamente, o esporte que mais traz tecnologia automobilística para os carros de passeio, é o que mais sofre com as próprias tecnologias que desenvolve. A audiência definha ano a ano, tanto na telinha quanto nos autódromos, o esporte morre pouco a pouco e nenhuma ação publicitária ou de marketing será suficiente para salvar a categoria. 

Outro conflito ainda piora a situação da F1. O risco de melhorar a competitividade em detrimento da segurança. A modalidade é uma das poucas, se não a única, que ostenta o fato de há 21 anos não registrar acidentes fatais. O último foi com o ídolo brasileiro.

A verdade é crua e dura. Pode-se mudar as regras, mas enquanto os resultados permanecerem os mesmos, de nada irá adiantar. Só gênio, de fora das pistas, pode trazer algum sinal de esperança para a competição. Talvez o Chapolin pudesse ajudar, mas esse já se foi. 

 




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